Maio 20, 2010 danganane Publicar um comentário
A ORIGEM DA PSICOLOGIA
A humanidade desde sempre colocou inúmeras questões acerca do mundo que a rodeia, procurando respostas que lhe atenuassem a angústia e a inquietação. Contudo, a Natureza não foi o único objecto destas interrogações. Este também passou a reflectir sobre si mesmo e sobre a vida humana, nomeadamente sobre as suas emoções, inquietações, sentimentos, o porquê da existência, do nascimento, da morte… É deste modo que nasce o conceito de alma, onde reside a raiz etimológica da psicologia: psiché (alma) + logos (razão, estudo). Todavia, o termo psicologia só aparece no século XVI com Rodolfo Goclénio.
Tem-se afirmado que a Psicologia é uma ciência com um longo passado, mas com uma curta história. Tal frase lança luz sobre o facto de os povos de todos os tempos e de todas as culturas se terem ocupado dos problemas da alma e da vida humanas. A partir dos testemunhos escritos que nos ficaram das antigas culturas da Índia, China, Ásia Anterior, do Delta e do Nilo, a partir de mitos e contos populares bem como de obras eruditas, podemos depreender que os homens sempre reflectiram sobre a alma, sobre a morte e sobre a imortalidade, sobre o bem e o mal e sobre as causas dos seus medos e preocupações.
A nossa ciência ocidental, assim como a psicologia, remonta à Grécia Antiga, pelo que o antigo escrito do filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) “Acerca da Alma”, é designado muitas vezes como o primeiro manual de Psicologia. De facto, este grande mestre da ciência antiga tratou de quase todos os problemas que ainda hoje nos ocupam; interessou-se de modo muito especial pela questão dos fundamentos biológicos da vida anímica e do desenvolvimento anímico. É sua a tese de que o todo vem antes das partes e é, portanto, mais do que o somatório das suas partes. Por exemplo: cada floresta é mais do que o somatório das suas árvores, arbustos e ervas que a constituem e dos animais que nela habitam, é uma totalidade própria com características especiais que pertencem à totalidade. Porém, tais totalidades existem igualmente no domínio psíquico. Esta concepção opõe-se à de Wilhelm
Wundt (1832-1920), de que o todo da mente é constituído a partir de processos elementares, a qual dominou, a princípio, a moderna Psicologia Científica, orientada pelo pensamento atomista da Física. Os Gregos consideravam a alma como o sopro da vida, como o que vivificava a vida. Como, porém, se realizava essa vivificação foi problema que permaneceu tão discutido quanto insolúvel. Tales de Mileto, muito antes de Aristóteles, considerou o movimento como o essencial para a vivificação; alguns filósofos da Antiga Grécia pensavam que a alma era “ar”, outros, que eram os odores os elementos vivificantes. Platão (427-347 a.C.) qualifica alma de ser espiritual; o seu discípulo Aristóteles considerava-a como uma força, aliás, incorpórea mas que movia e dominava os corpos.
A par de tais concepções, adquiridas exclusivamente pela especulação, existiam, contudo também já na Antiguidade, estudos amplos sobre processos cerebrais, sobre as funções dos órgãos sensoriais e sobre perturbações destas funções em caso de lesões cerebrais.
Ao grande médico grego Hipócrates (cerca de 400 a.C.) remonta a doutrina dos quatro temperamentos, retomada e desenvolvida pelo médico romano Galeno (131 até 201 a.C.). Segundo ele, existem quatro temperamentos, determinados pela predominância de um dos quatro “humores”: o sanguíneo (sangue: folgazão e superficial), o colérico (bílis amarela: vontade forte e iras repentinas), o melancólico (bílis negra: pensativo e triste) e o fleumático (muco: sossegado e inactivo). Apesar do seu funcionamento pseudocientífico, a doutrina dos quatro temperamentos afirmou-se na prática; os quatro tipos foram finalmente introduzidos como noções da nossa linguagem do dia a dia. De interesse para a Psicologia actual é o Doutor da Igreja Santo Agostinho (354-430) pelo facto de ter descoberto dois métodos importantes: o da auto-observação e o da descrição da experiência interior.
A IMPORTÂNCIA DE JONH LOCKE NA PSICOLOGIA
Podemos agora passar por sobre vários séculos até chegarmos ao próximo pensador que voltou a influenciar a Psicologia de modo decisivo: trata-se de John Locke (1632-1704), ao sublinhar o papel que desempenham as impressões sensoriais para o desenvolvimento da nossa experiência. Imaginou o espírito da criança como uma folha de papel em branco (tabula rasa) na qual são “registadas” as experiências.
Já Aristóteles se ocupara das associações, da combinação de duas ou mais representações ou vivências parciais. O facto de David Hume (1711-1776) ter retomado e aperfeiçoado a teoria aristotélica das associações demonstrou ser de extraordinária importância, também para a actual Psicologia. Hume ensinou que as representações eram imagens de impressões sensoriais e se encontravam ligadas umas às outras com base em leis mecanicamente funcionais. Continuando o pensamento de Aristóteles, formulou as leis da associação do contacto espaço-tempo, da semelhança, do contraste e da casualidade.
A INFLUÊNCIA DE DARWIN
Toda a Psicologia fora praticada até aos meados do século XX de modo predominantemente especulativo: julgava-se poder solucionar todos os problemas pensando. O principal impulso para o procedimento empírico na psicologia – para o método de observação e experiência – proveio, como Ernest Hilgard, entre outros, acentuou, de Charles Darwin (1809-1882), o fundador da moderna doutrina genética e da hereditariedade. A obra monumental de Darwin,
“A Origem das Espécies” (1859), influenciou de modo revolucionário quase todos os domínios da ciência; Charles Darwin, porém, a par das suas investigações biológicas ocupou-se igualmente de uma série de problemas que hoje denominaríamos de psicológicos. Hilgard aponta estas relações num estudo sugestivo “A Psicologia após Darwin”.
Frisa como as idéias de Darwin deram um novo impulso à investigação psicológica e constituíram o fundamento para muitos campos da moderna Psicologia: a Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia Animal, o estudo da expressão dos movimentos afectivos, a investigação das diferenças entre os diversos indivíduos, o problema da influência da hereditariedade em comparação com a do meio ambiente, o problema do papel da consciência e, logo a seguir, o estudo experimental da funções anímicas e a introdução do princípio quantitativo da investigação.
O historiador Boring, cuja formação académica remonta a Wilhelm Wundt passando por Edward E. Titchener, afirma, em determinado passo, acerca da psicologia americana: “herdou o corpo da investigação experimental alemã; o espírito, porém, provém de Darwin”. Refere-se assim à tradição americana fundada com base em William James (1842-1910) e John Dewey (1859-1952) que – diferentemente da tradição alemã criada por Wundt – transfere para primeiro plano as questões da Biologia, do Desenvolvimento e da Actividade Anímica.
Historicamente é interessante verificar que as primeiras publicações de Fechner e Wundt sobre as Percepções Sensoriais surgiram ao mesmo tempo que a “Origem das Espécies” de Charles Darwin: os “Elementos de Psicofísica” de Fechner apareceram em 1860 e os “Contributos para uma Teoria das Percepções Sensoriais” de Wundt, no ano de 1862.
WUNDT: DA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL FISIOLÓGICA À PSICOLOGIA DOS POVOS
O lugar de primazia que Wundt ocupa entre os psicólogos e a sua influência internacional, absolutamente espantosa, têm fundamento numa série de circunstâncias Wundt não se limitou a criar em 1879, em Leipzig, o primeiro laboratório destinado à investigação experimental dos fenómenos da consciência, facto que muitos consideraram o início da Psicologia como ciência independente. Desenvolveu, além disso, um sistema amplo da nova ciência, desde a Psicologia Experimental Fisiológica até à Psicologia dos Povos. E, finalmente, possuía invulgar capacidade e fecundidade de trabalho.
A concepção da Psicologia de Wundt era orientada pela Física. Tal como o físico, ele pretendia encontrar elementos e processos elementares; a partir deles pensava poder construir a alma como um todo. No entanto, também ele próprio, no fundo, não estava absolutamente convencido desta idéia, como demonstra o facto de ter esperado que a Psicologia dos Povos fornecesse de qualquer modo conhecimento para os fenómenos mais complicados da alma. Contudo – como Karl Bühler apontou mais tarde na sua “Crise da Psicologia” – Wundt nunca desenvolveu nas suas meditações o seu conceito da alma dos povos até às últimas consequências.
Apesar da grandiosa concepção fundamental, a Psicologia dos Povos de Wundt não levou a quaisquer resultados duradouros precisamente no que se refere à compreensão dos fenómenos mais complicados e muito menos do desenvolvimento humano. Enquanto Wundt se agarrava teimosamente à idéia da sua Psicologia dos Povos, outros estudavam os fenómenos de maturação por meio da observação de animais e de crianças.
Este ramo da Psicologia, que incide exclusivamente sobre a observação do comportamento animal e humano e dos processos de maturação de tal comportamento, foi, de início, prosseguido principalmente pelo círculo de investigação anglo-saxónico.
De Francis Galton, Lloyd Morgan, William McDougall a Thorndike, Yerkes e John B. Watson, encontramos uma série de investigações brilhantes que se ocupam das questões da hereditariedade, do comportamento animal, dos instintos, do comportamento infantil. John B. Watson é verdadeiro fundador do Behaviorismo como doutrina que pretendia basear exclusivamente no estudo do comportamento observado todas as conclusões acerca do desenvolvimento infantil.
Hoje em dia a Psicologia Animal e a Psicologia Infantil constituem dois ramos espantosamente vastos e significativos da investigação psicológica. A tradição das observações realizadas em animais foi continuada em muitos países; e, pela comparação sagaz do comportamento animal e humano, levada a efeito nas investigações de Wolfgang Köhler, Howard Liddel, Nikolaas Tinbergen, Konrad Lorenz e Otto Koehler, permitiu que se obtivessem conhecimentos fundamentais sobre as funções psíquicas em diferentes fases do desenvolvimento.
É do conhecimento geral o grande incremento sofrido pela Psicologia da Criança e do Adolescente; amplificadas ao âmbito da investigação experimental, desde Karl Bühler e David Katz até Arnold Gesell e Jean Piaget.
Mas não só na Psicologia Evolutiva como também no próprio círculo dos continuadores de Wundt, entre os investigadores experimentais das funções psíquicas, se deu uma insurreição contra a sua Psicologia Atomista e Associativa.
PSICOLOGIA DA INTELIGÊNCIA E DA FORMA
Devemos referir-nos primeiramente aos psicólogos da inteligência e da forma, que seguiram a doutrina de Franz Brentano (1838-1917), Christian von Ehrenfels (1859-1932) e Edmund Husserl (1859-1938). Estes dois grupos, que costumam normalmente ser designados por Escola de Würzburg e a de Berlim, insistiam em que a compreensão de relações de sentido e a percepção de formas, ou seja, de formas e totalidades, são processos de uma espécie própria e não se podem explicar como sendo formados por elementos. Apresentavam, além disso, a comprovação experimental para exactidão da sua tese. Não são as representações, mas sim as suas relações que decidem do sentido de um pensamento, assim respondeu corajosamente Karl Bühler, um dos mais jovens representantes da Escola de Würzburg, a uma crítica severa por parte do grande mestre Wundt.
Tal como Oswald Külpe, Narziss Ach, Karl Bühler e Otto Selz demonstraram o princípio da atribuição de sentido no pensamento, assim mostraram Max Wertheimer, Wolfgang Köhler, Kurt Koffka, Kurt Goldstein, e mais tarde Kurt Lewin, os fenómenos estruturais na percepção. Estas são operações específicas, por meio das quais se constroem as nossas percepções: é que acontece que as impressões sensoriais não são simplesmente reflectidas e ligadas umas com as outras, mas dá-se a partir de diferentes centros cerebrais uma projecção das impressões sensoriais em diferentes direcções.
O PRINCÍPIO DO SENTIDO
Ainda num outro sector defendeu a validade do princípio do sentido. “Reivindico a palavra psicologia para a ciência da vida provida de sentido” declarou Eduard Spranger no ano de 1922 numa máxima verdadeiramente clássica. A palavra “sentido” é definida aqui de modo algo diferente do que na Psicologia da Inteligência, para a qual sentido significa o contexto espiritual de um pensamento. Spranger define sentido como “aquilo que está integrado num todo de valores como membro constituinte” ou, por outras palavras: provido de sentido é aquilo que contribui para a realização de valores.
Spranger, que, seguindo as idéias de Wilhelm Dilthey (1833-1911), contrapõe uma Psicologia compreensiva à Psicologia explicativa dos experimentalistas, é de opinião que o essencial na vida humana é a orientação dos valores. Dever-se-ia compreender o homem a partir do “espírito objectivo”, produtor de valores. Na linguagem da moderna Psicologia isso quereria dizer que Spranger se ocupa exclusivamente com as finalidades de valor e com os produtos de cultura formados através deles, enquanto considera o estudo da realização das acções humanas desprovido de importância. Porém, como Karl Bühler acentua na sua obra “A Crise da Psicologia”, ambos os aspectos são importantes.
Um terceiro grupo ocupou-se ainda de outra maneira com a relação de sentido das finalidades. Este facto mostra cada vez mais claramente que o ponto de vista do sentido ocupa o primeiro plano na moderna Psicologia. É a relação de sentido da acção motivada, tal como Sigmund Freud (1856-1939), o fundador da Psicanálise, a viu e descreveu – aliás, como a descreveu, no início da sua teorização dentro dos estreitos limites daquilo que ele definiu como Libido, ou seja, dentro dos limites da ânsia de prazer e satisfações sexuais. Tanto Freud como os seus continuadores e os seus críticos só gradualmente conseguiram encarar numa base mais larga a relação de sentido da acção motivada. Compreende-se por isto a concepção cada vez mais divulgada hoje em dia de que todo o nosso pensamento e procedimento humano visa a satisfação de determinadas necessidades e adquire o seu sentido a partir de tal.
Sob este ponto de vista, todo o procedimento é provido de sentido uma vez que é determinado por motivos. Mesmo o pensamento e procedimento dos doentes mentais tem sentido, isto é, tem em vista um objectivo, ainda que o sentido dos próprios objectivos seja mal compreendido pelo doente. No entanto, uma vez que mesmo esse sentido mal compreendido é muitas vezes susceptível de ser interpretado pelo analista, é possível, em muitos casos, ajudar o doente a adquirir uma melhor autocompreensão e um procedimento normal. Também a interpretação dos sonhos é provida de sentido, visto que lhe é inerente uma finalidade dirigida no sentido da satisfação de necessidades. A interpretação, introduzida por Freud no pensamento psicológico como novo princípio fundamental, deve ser utilizada sempre que a pessoa que actua oculta a si próprio e aos outros o verdadeiro objectivo dos seus anseios.
Em tais casos, ela pensa e actua simbolicamente, quer dizer, (e isso acontece inconscientemente), em vez do objectivo verdadeiro coloca um objectivo substituto ou ilusório, para desviar a atenção das intenções que lhe parecem contestáveis, reprováveis ou puníveis.
No princípio do sentido amplo aqui desenvolvido, encontram-se incluídos tanto o princípio da relação do sentido no nosso pensamento, acentuado pela Psicologia da Inteligência, como o princípio do sentido das finalidades de valor, defendido por Spranger.
Atravessada por várias teorias, recorrendo a métodos e técnicas de investigação diversificados, organizada em várias especialidades, a psicologia procura, nesta diversidade, responder às questões que desde sempre se colocaram acerca do comportamento, emoções, sentimentos, relações sociais, sonhos, perturbações..No quadro que se segue apresentamos os principais MARCOS DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA :
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400 a.C. - |
Hipócrates relaciona características da personalidade com tipos físicos e propõe uma teoria fisiológica para as doenças mentais. |
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350 a.C. - |
Aristóteles salienta a observação objectiva do comportamento humano e propõe três princípios para explicar a associação de ideias. |
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1650 - |
Descartes caracteriza a relação corpo – mente como interactiva. |
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1651 - |
Hobbes antecipa o associacionismo ao declarar que as idéias provêm da experiência sensorial. |
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1690 - |
Locke declara que ao nascer a mente é uma “tábua rasa”. |
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1781 - |
Kant ataca o associacionismo e a perspectiva inatista. Vai influenciar profundamente filósofos e psicólogos. |
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1809 - |
Gall, através da frenologia, chama a atenção para as faculdades mentais e para as funções cerebrais. |
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1811-21 - |
Bell e Magendia: distinção entre nervos sensoriais e nervos motores. |
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1838 - |
Johanes Muller: demonstração da energia específica dos nervos. |
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1850 - |
Helmholtz mede os níveis de condução dos impulsos nervosos. |
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1853 - |
Claude Bernard estabelece a existência de glândulas endócrinas, apresentando a função glicogénica do fígado. |
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1859 - |
Darwin publica A Origem das Espécies, propondo a teoria da evolução através da selecção natural. |
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1860 - |
Fechner apresenta vários métodos para medir a relação entre os estímulos físicos e as sensações. “Elementos de Psicofísica” . |
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1861 - |
Broca descobre um centro da linguagem no hemisfério esquerdo do córtex. |
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1869 - |
Galton estuda as diferenças individuais e aplica o conceito de adaptação selectiva de Darwin à evolução das raças. |
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1879 - |
Wundt funda o primeiro Laboratório de Psicologia em Leipzig. |
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1882 - |
Stanley Hall funda o primeiro Laboratório de Psicologia nos EUA. |
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1885 - |
Ebbinghaus publica os primeiros estudos experimentais sobre a memória. |
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1890 - |
William James publica nos EUA o livro Princípios da Psicologia. |
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1898 - |
Thorndike desenvolve alguns dos primeiros estudos experimentais sobre a aprendizagem animal. |
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1900 - |
Freud publicou “A Interpretação dos Sonhos”, onde apresenta muitas das suas interpretações sobre a psicanálise. |
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1905 - |
Binet e Simon desenvolvem o primeiro teste de inteligência. |
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1906 - |
Pavlov publica os resultados dos seus estudos sobre o condicionamento clássico. |
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1911 - |
Thorndike publica “Animal Intelligence”. |
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1912 - |
Wertheimer publica a primeira formulação do gestaltismo. |
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1913 - |
Watson apresenta o manifesto behaviorista. |
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1917 - |
Köhler publica os resultados dos seus estudos sobre a resolução de problemas com primatas. |
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1929 - |
Berger evidencia a actividade eléctrica do cérebro com o registo dos primeiros electroencefalogramas. |
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1938 - |
Skinner publica o resumo dos resultados das investigações sobre o condicionamento operante. |
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1942 - |
Carl Rogers apresenta os fundamentos da concepção humanista de terapia. |
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1949 - |
Teoria da Informação de Shannon e Weaver. |
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1954 - |
Piaget publica A Construção do Real na Criança, que se centra no desenvolvimento cognitivo. NA IDADE CONTEMPORÂNEA ESCOLAS DA PSICOLOGIA
O Behaviorismo ou Comprtamentalismo Esta escola foi fundada por Ivan Pavlov, a partir de experiências laboratoriais com animais no sentido de demonstrar a existência de reflexos condicionados, provocados por estímulos condicionados. Baseia – se no princípio de que um E R e toda a nossa conduta é feita com base em respostas do organismo aos estímulos do meio ambiente. O behaviorismo defende que: Os psicólogos devem estudar os eventos ambientais e comportamentos observáveis; Todo o estímulo provoca, no organismo, uma resposta/reacção; A experiência é mais importante no comportamento, nas aptidões e nos traços do que a hereditariedade; É importante o uso dos métodos objectivos tais como a experimentação e a observação objectiva; Os psicólogos devem orientar – se para a descrição, explicação, predição e controle do comportamento. Passemos a abordar cada um deles. Ivan P. Pavlov (1849 -1936) – foi subjectivista e fundou a teoria dos reflexos condicionados (a partir da experiência da salivação do cão quando vê comida). Tentou generalizar os estímulos nos seus estudos. O seu trabalho constituiu a primeira investigação do condicionamento clássico. Deu inputs para o desenvolvimento da neuropatalogia identificando aquilo que chamou de desordem funcional. Achou que a linguagem podia ser considerada um “segundo sistema de sinalização “. Edward Lee Thorndike (1874 – 1949) - É objectivista. Desenvolveu a teoria da aprendizagem por ensaio e erro (fez experiência com ratos em laboratórios) e introduziu o reforço (que pode ser positivo ou negativo). Formulou as seguintes leis da aprendizagem: a) A lei do efeito (que diz que se um acto numa dada situação produz satisfação, o acto torna-se associado a essa situação); e b) A lei de exercício (que diz que as ligações são fortalecidas com a prática e enfraquecidas quando cessa essa prática). Elaborou a teoria da conduta, baseada na aprendizagem, muito antes de Pavlov e de Watson. Defendeu que a inteligência não é uma faculdade mental superior, pois ela depende do número de conexões cerebrais de cada indivíduo. Jonh B. Watson (1878- 1958) - dedicou-se à experimentação dos fenómenos psíquicos e no estudo dos reflexos condicionados. Foi o pai do Behaviorismo. Defendia que todo o estímulo provoca no protoplasma uma reacção que é a respectiva resposta. Então todo o conhecimento que podemos ter do homem podemos tê-lo observando o seu (K) comportamento, ou seja suas reacções. Logo podemos verificar que a aprendizagem do K é baseado em estímulos. Também trabalhou com os instintos negando a existência de instintos complexos em seres humanos. Opôs-se ao ponto de vista permissivo na educação de crianças. Ele, à semelhança de Locke, acreditava que a mento do Homem é uma tábua rasa onde nós podemos escrever o que quisermos. Watson acreditava que a Psicologia Animal tinha relações com a Psicologia Humana, daí fazer-se experiências com animais cujas conclusões pudessem ser aplicados ao Homem. Mais ainda encarou o comportamento verbal como revelador do conteúdo do Espírito, daí valorizou-se muito a introspecção.
A Escola da Psicologia Gestalt A Psicologia Gestalt defende que tudo o que existe está estruturado tendo em conta a qualidade- forma que diz que vemos sempre os objectos, os fenómenos contextualizados e com formas definidas. Foi desenvolvida e defendida por Wertheimer (1880 – 1943). Seus seguidores foram Wolfang Kohler e Kurt Koffka (todos alemães). Wertheimer (1880 – 1943) descobriu o fenómeno Phi como sinónimo de movimento aparente, fruto da associação de quadros/fenómenos estáticos. Defendeu que o fenómeno é constituído por partes que se harmonizam para formar um todo. Desenvolveu as leis da organização perceptiva e partia do princípio de que a mente do Homem não era uma tábua rasa e que as ideias se organizam para fazer sentido. São elas, a lei da proximidade ou contiguidade, a lei de figura – fundo, etc. Kohler (1887- 1957) – foi o fundador do Gestaltismo e realizou muitas experiências de transposição ou seja a aprendizagem de uma propriedade de estímulo absoluto e realizou várias experiências com macacos com o fim de mostrar a sua capacidade de raciocínio e de resolução de problemas. Também defendeu a ideia da constância perceptiva através do ratio constante. Jean Piaget (1896 – 1980) – desenvolveu o estruturalismo na forma de como o indivíduo constrói o seu conhecimento, tendo feito investigações em epistemologia genética, com base em estudos que desenvolveu sobre a inteligência infantil, dado que as crianças cometiam sempre os mesmos erros ao tentarem responder às questões que lhes eram colocadas. Foi com base neste estudo que deu um grande contributo na Psicologia do Desenvolvimento, criando a Teoria Cognitiva ou Intelectualista. A escola da Psicanálise e a teoria da Personalidade O Pai da Psicanálise é Freud (1836 – 1939) que deu grandes contributos à teoria da Personalidade pois as suas teorias emanaram do tratamento clínico de doentes neuróticos e para tal designou ao seu método de tratamento de Psicanálise- formas de psicoterapia verbal. A sua teoria psicanalítica é determinista porque para ele tudo tem uma causa, incluindo os casos de erros involuntários. Também desenvolveu a teoria dos motivos inconscientes que reprime os actos e fenómenos que nos contrariam. A repressão é o conceito- chave por detrás do princípio de Freud e a motivação Inconsciente e acontece sem desejo consciente. Utilizou o método de associação livre para curar os seus pacientes que consistia em os pacientes dizer qualquer coisa que lhe viesse à cabeça, sem ligar sua organização lógica ou o embaraço que podia ser provocado pelas ideias socialmente inaceitáveis. Também desenvolveu a teoria das repressões sexuais (desejo sexual proibido) e desenvolveu o complexo de Édipo/Electra e criou um sistema da mente constituído pelo Id, Ego e Super- Ego em que o dado seguia pelo princípio do prazer e o Super- Ego representa as normas sociais e se guia pelo princípio da realidade. Freud definiu os mecanismos de defesa do Ego que são por repressão (ou introjecção) e por projecção. Carl Gustav Jung (1875- 1961) – Discordou de alguns conceitos básicos de Freud e fundou a Psicologia Analítica com objectivo de compreender/ interpretar a magia, os mitos e os símbolos na experiência humana e desenvolveu o inconsciente colectivo para além do inconsciente pessoal/individual (inconsciente colectivo é sinónimo de uma colecção de memórias não desejadas). Também desenvolveu as 2 maneiras básicas de estar no mundo isto é, introversão e a extroversão, bem como a psicoterapia. Alfred Adler (1870- 1937) - desenvolveu a psicologia individual que ajudou aos processos de psicoterapia e práticas de educação infantil no mundo ocidental. Foi Adler quem introduziu o conceito de “Complexo de inferioridade”, pois a tendência do Homem/ criança é lutar para vencer o seu meio e tornar-se competente para se relacionar no mundo verdadeiro. Daí que quando se desenvolve excessivamente uma forma de actividade, essa pessoa está a compensar um sentimento de inferioridade. Por outro lado, acentuou a importância dos objectivos ou metas individuais para os quais as pessoas vivem. Também desenvolveu e utilizou a psicoterapia no tratamento de neuroses. Carl Roger (1902- 1987) – Foi seguidor de Freud. Ele considera que o ser humano possui uma tendência inata para um desenvolvimento harmonioso da sua personalidade e não olha o inconsciente, como Freud, como um campo de batalha onde as más pulsões se entrechocavam com as boas pulsões. Também desenvolveu a psicoterapia para tratamento de doentes com perturbaçõesmentais. A Psicologia Hoje e Amanhã A Psicologia de hoje é caracterizada pela permanente controvérsia de: espírito- corpo, Liberdade- determinismo, nativismo- empirismo e psicologia clínica- psicologia experimental assim: Espírito ou alma- é defendida a sua existência desde a Antiguidade nos tempos de Platão, Santo Tomás de Aquino e Descartes, e o corpo ou matéria cuja existência é defendida também na Antiguidade por Aristóteles, Avicena, Averroes, Algazel, Locke e outros. Liberdade- que defende que o Homem possui vontade livre e é o mestre da sua sorte e o capitão da sua alma, e o determinismo, que reduz o homem a tema máquina com ideias a prior. Nativismo- que defende ideias inatas (Platão, Kant, Jung) e o empirismo que defende que tudo é produto da experiência (Aristóteles, Locke, Helmholtz, Watson). Psicologia Clínica - que estuda áreas de preocupação humana, imediata, é menos rigorosa e utiliza uma linguagem mais subjectiva e ligada à experiência humana. Fala de desejos, temores, preocupações, ambições; e a
Psicologia Experimental – que define conceitos em termos de manipulações experimentais observáveis, insiste nos elementos quantitativos que recorrem à estética. Esta caminha para Psicoterapia ( terapia do comportamento).
Visão actual sobre o desenvolvimento da Psicologia (Homem do Século XX) Existem na actualidade e principais perspectivas no desenvolvimento da Psicologia, nomeadamente: a psicologia behaviorista, a psicologia cognitivista, a psicologia humanista e a psicologia psicanalítica. Assim temos 4 visões, nomeadamente: A visão behaviorista que se desenvolveu a partir do Séc XX, a partir das ideias de William James e Wilhelm Wundt como ciência da consciência “com base na experimentação” continuada por Watson e com base no uso de métodos observáveis. Entre 1930 e 1960 teve muitos adeptos e até tem validade esta visão. Os behavioristas contemporâneos ainda investigam estímulos e respostas observáveis e com base na aprendizagem. A visão cognitivista – Durante o Séc. XX o behaviorismo sofreu inúmeras reveses, em especial entre 1930 e 1960 devido às experiências levadas a cabo em laboratórios. Entretanto a tecnologia e a teoria da computação deram um impulso ao desenvolvimento cognitivo. Por outro lado a linguística moderna (ciência da linguagem) foi também a fonte de combinação para o desenvolvimento da visão cognitivista. Esta visão considera a mente como uma “caixa negra” que processa as informações através das operações mentais e até hoje está a prosperar desde os anos de 1970. A visão humanista – baseia-se na interpretação subjectiva que não pode ser ignorada. Eles baseiam-se no fenomenologia, segundo a qual as pessoas vêem o mundo de sua própria maneira ou perspectiva única e própria. Assim o pressuposto de que as pessoas são basicamente boas. Desenvolveu-se muito entre 1908 e 1970. A visão Psicanalista – que hoje é desenvolvida pelos neo-freudianos procura ainda hoje tratar de problemas neuróticos de pessoas afectadas, recorrendo à psicanálise que consiste em trazer o inconsciente ao consciente pelo método de associação livre. Esta técnica permite ao paciente manifestar desejos, medos, conflitos, impulsos e memórias reprimidas e conservadas no inconsciente. MÉTODOS EM PSICOLOGIA Método- é o caminho usado para se atingir um determinado objectivo. Ou seja o modo ordenado de proceder ou o conjunto de Procedimentos Técnicos e Científicos que nos conduzem a um fim. Metodologia- é a arte de dirigir o espírito na investigação da verdade, ou seja, o conjunto de métodos técnicos e científicos que nos conduzem a um fim. Os Métodos de Investigação na Psicologia são: Observação, e a Experimentação, considerados métodos gerais de Investigação Científica. Observação: Esta pode subdividir – se em: Extrospecção ou Observação Objectiva que, por sua vez se subdivide em directa e indirecta. A observação directa, por sua vez, pode ser Participativa ou Não Participativa; e Introspecção ou Auto – Observação
Observação- é um método técnico de recolha de dados a partir de hipóteses colocados explicitamente. A observação científica utiliza hipóteses inteiramente explicitados. Esta pressupõe a existência de factos susceptíveis de permitir, em certo sentido, a repetição da observação primitiva, isto é, factos capazes de serem repetidos. Para realizar uma observação correcta e credível é necessário construir um guião de observação que facilita a anotação e redirecciona o observador as questões dirigidas para os seus objectivos. Dai a necessidade de, na construção dos instrumentos da observação, recorre-se aos objectivos e hipóteses colocados. A observação pode ser: Objectiva ou Extropecção quando é feita por terceiros que anotam o está a acontecer no ambiente que é alvo de observação. Por sua vez esta pode ser: Directa- quando entrarmos em contacto com o objecto da nossa observação; e Indirecta- quando o fazemos sem ter contacto com objecto da nossa observação. Subjectiva ou Introspecção quando é feita pelo próprio sujeito que descreve o seu estado mental interno. Em Psiquiatria e Psicanálise usa- se muito a Introspecção. Os instrumentos de observação auxiliam a recolha de informação observada. Esta informação não pode/deve ser utilizada em bruto, necessitando de tratamento especial. Uma terceira subdivisão permite recolher dados em:
Observação Directa que produz dados confiáveis e precisos e Observação de Laboratórios ou Indirecta porque o observador não aparece perante o seu objecto de observação. Fá-lo através de um mecanismo específico pois o observado não sabe que está a ser observado e, Observação de Campo ou observador naturalista que faz a observação do comportamento directamente no seu ambiente natural e que parece mais realista. Também existe a observação participante muito usada na observação naturalista em que o observador participa nas actividades ao mesmo tempo que observa. Portanto, a observação é considerada às vezes um instrumento descritivo porque no fim nos permite descrever a comparar informações recolhidas. Experimentação: Esta pode ser dividida em: Natural ou de Campo; e de Laboratório.
A experimentação utiliza dois tipos de estratégias, nomeadamente, a estratégia experimental e a estratégia correlacioal.Falemos de cada uma destas estratégias. Estratégia Experimental que coloca hipóteses, operacionalizar as variáveis (dependentes e independentes), testa a hipótese colocadas e faz o controle descontando explicações alternativas, etc. Os elementos básicos do método experimental científico para testagem de uma hipótese são: Necessidade deliberada de manipular a variável independente (o evento que está a ser investigado); A possibilidade de impedir que variáveis estranhas ou irrelevantes afectem os resultados do estudo; e A possibilidade medir os efeitos da manipulação sobre a variável dependente. As experiências devem ser mais de laboratório de campo. Estratégia Correlacional que busca correlações ou inter-relações de causa e efeito, com base em procedimentos correlacionais em que existem as variáveis x e y e busca ou estabelece o significado dos coeficientes de correlação (exemplo: altura/ peso de um Homem). Existem outros métodos designados de Secundários ou Auxiliares.
São métodos secundários os seguintes: Método Genético ou evolutivo- baseia-se na teoria de evolução do psíquico como meio revelador de leis psicológicas; Métodos Biográficos (anamnese); Estudo das particularidades psíquicas da actividade com base nos resultados dessa actividade (usa- se em Psicologia Pré-histórica); Conversação/Entrevista (para esclarecer) de modo adicional o desenvolvimento interno dos processos estudados, na sua manifestação externa (particularidade para a entrevista clínica). As entrevistas também podem ser estruturadas (= limitadas) e abertas ou não estruturadas. O examinador elabora as perguntas necessárias para explorar os tópicos sob investigação. Tanto as entrevistas como os questionários são auto- relatos de quem é pesquisado. Carecem de amostras mais representativas (maior número de pessoas envolvidas). Inquérito/ Questionário (utilizado para fenómenos maciços e de carácter mais ou menos externo, exemplo: interesse pela leitura, profissão, etc. Também se usa para fins estatístico médios); os questionários/ inquéritos como instrumentos de avaliação permitem colectar informações sobre pensamento e o comportamento de um número suficiente de indivíduos de forma rápida e pouco dispendiosa. O inquérito ou questionário que pode ser aberto, fechado e semi- aberto. É aconselhável usar mais inquéritos fechados e semi- fechados para facilitar a sistematização da informação. Num inquérito devem existir perfeitas perguntas relacionadas com a identificação do indivíduo, sem contudo dar o nome de quem é questionado. Mas deve ou é aconselhável incluir dados como sexo, idade, nível académico, formação profissional, profissão dentre outras. A diferença entre a entrevista e o questionário está no facto de na entrevista quem anota as resposta é o entrevistador, o colector da informação, enquanto que o inquérito/questionário quem preenche este é o inquirido. Testes Psicológicos ( = Provas Psicológicas ) foram introduzidos na Século XIX por Catell, desenvolvidos por Simon e Binet e são designados por testes de desenvolvimento de Inteligência. Também há testes para fins de orientação profissional. Os testes psicológicos são usados para medir todo o tipo de conceito que não possa ser observado directamente, tal como doença mental, saúde mental, inteligência, melancolia, traços de personalidades, conhecimentos, etc. Alguns testes se assemelham a questionários e outros se assemelham a provas. Uns testes são individuais e outros colectivos. Os estudos de casos como instrumentos que se baseiam na colecta de informações detalhadas sobre um indivíduo ou um grupo durante um longo período de tempo. O material provém basicamente de entrevistas, observações directas e outros instrumentos descritivos. Os dados deste instrumento são de natureza altamente pessoal, não podendo generalizar-se e correm em ambiente médico ou de saúde mental. Os estudos de casos oferecem insistis únicos Métodos Reflexológicos em Fisiologia que estuda as leis da actividade reflexiva. Os métodos estatísticos que usam, regra geral, as Escalas de intervalos, e tratam com dispersões, média, mediana, moda, coeficiente bivariado, Qui- quadrado, etc. Os métodos comparativos que utilizam-se para comparar observações praticadas sobre grupos. Estes geralmente aparecem integrados no método experimental. São utilizados na Psicologia Genética, na Psicologia Patológica. E o método Clínico – usado pelo psicólogo para o estudo de condutas adaptadas ou para o estudo de desordens de conduta, para casos individuais. Estes métodos acima caracterizados são designados por instrumentos descritivos. Por outro lado, encontram – se os instrumentos explicativos que servem para estabelecer explicações, demostrar a relação entre causa e efeito. Existem ainda os métodos estatísticos e os métodos matemáticos. Com os métodos Estatísticos utilizados em Psicologia sempre são resumidos factos numerosos ou que são comparados aos factos as consequências deduzidas de uma hipótese. Os métodos matemáticos são utilizados em Psicologia para se formalizarem certas hipóteses, com o objectivo de facilitar o seu controlo. A medida em Psicologia surge para se estabelecer uma correspondência entre algumas propriedades dos números e algumas propriedades das coisas. E a medida em Psicologia pode tomar as seguintes designações: Escalas nominais Escalas ordinais Escalas de intervalos O PROBLEMA DA EVOLUÇÃO EM PSICOLOGIA A Psicologia materialista evoluiu graças ao desenvolvimento das Ciências Naturais que permitiram a realização de experiências e as observações laboratoriais. Estas transformações trouxeram um maior ganho para os cientistas que puderam aprofundar e melhor interpretar o lado espiritual do homem. Um dos grandes impulsionadores para este desenvolvimento foi a teoria evolucionista das espécies de Darwin que teve um reconhecimento geral em biologia. Esta teoria explica a existência de organismos diferentes com a mesma origem, fundo do aparecimento de organismo simples que foram sofrendo transformações de modo a poderem adaptar as condições climáticas que determinam em certa medida, a fauna e a flora. Em Psicologia o conceito de evolução psíquico é visto como um simples desdobramento de qualidades ou características que nos são dados sobre forma de capacidades, formadas nos mais primitivos estádios da evolução. Esta visão não cria espaço para a formação do novo durante a evolução psíquica. Esta ideia contém traços do idealismo que não admite a formação de novas espécies fruto de mutações. A corrente materialista defende que as diferentes espécies existentes foram aparecendo gradualmente de forma sucessiva e contínua. Esta sucessão permitiu a evolução de formas superiores a partir das formas inferiores. Assim, as mais elementares formas do psiquismo nos graus inferiores da série filogenética pela evolução deram origem a formas simples de psique. A sua evolução fez surgir o seu grau mais complexo que é a psique humana ou seja a consciência humana. Entre a psique elementar e a consciência existem diferentes formas de psique e todas elas reflectem o comportamento do ser vivo na sua relação com a realidade objectiva. É por esta razão que podemos afirmar que a ontogénese é a repetição curta ou em miniatura da filogénese (menos é o processo da origem ou génese das espécies. Vem de filos = tipo/espécie; génese = origem). (A filogenia trata da sucessão genética das espécies orgânicas). Ontogénese – consiste na série de transformação que o ser organismo sofre, desde a fecundação até ao seu completo desenvolvimento). Isto nos leva à concluir de que os materialistas têm razão ao dizer que se deve olhar a psique como produto da matéria e a complexidade desta vai determinar a complexidade do reflexo da realidade objectiva que se pode identificar pela sua forma de conduta. Por outro lado, o pensamento representa no seu alto desenvolvimento um alto grau de aperfeiçoamento do cérebro. Portanto, o substracto material directo da psique é o sistema nervoso (Sistema Nervoso central (encéfalo com cérebro cerebelo bolbo raquidiano) e Sistema Nervoso Periférico com os nervos). Para tal é preciso olhar para a harmonia existente no funcionamento do organismo devido à coordenação e complementaridade do funcionamento dos diversos aparelhos. Voltando à psique, o processo da sua evolução baseia-se nos seguintes princípios; O princípio/teorema da unidade entre a estrutura e a função no ser vivo de acordo com o nível do seu desenvolvimento, em que a estrutura no seu desenvolvimento altera a função e esta função vai influir nas mudanças qualitativas da estrutura. Então, a estrutura cerebral condiciona, no seu desenvolvimento, as formas de comportamento e devido que são possíveis para um determinado ser. Apoiada na teoria/lei do uso e desuso dos órgãos a ideia básica do desenvolvimento do o cérebro de cem animal depende que esse só pode ocorrer dentro dar suas condições de existência biológica e da selecção natural, isto é dentro da actividade do ser. Assim, o uso de um órgão determina o seu desenvolvimento e sua transformação e o não uso de um órgão determina o seu atrofiamento, rumo ao seu desaparecimento.
DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO E DA CONSCIÊNCIA O Homem como unidade bio-psico-sócio-cultural O Homem é o ser mais complexo que existe na superfície da terra e apresenta mudanças profundas relacionadas com as necessidades de sua adaptação à realidade objectiva. A ciência mostra o homem como um ser biológico, psicológico, social e cultural. Como ser biológico ele é formado por um organismo complexo constituído por: célula (como a unidade fundamental da sua estrutura, com núcleo, protoplasma e membrana celular. No protoplasma encontramos as mitocôndrias, responsáveis pela respiração; no núcleo encontramos os nucléolos e os cromossomas, estes últimos responsáveis pela hereditariedade); tecido (como um conjunto de células especializadas e que desempenham a mesma função); órgão (como um conjunto de tecidos diferenciados e que trabalham para o mesmo fim); aparelho/sistema (como um conjunto de órgãos que trabalham para um determinado objectivo). Vários são os sistemas/aparelhos que garantem a existência biológica e fisiológica do homem, nomeadamente: os sistemas digestivo, respiratório, circulatório, urinário, reprodutor, nervoso, endócrino, e ainda o sistema sensorial (constituído pelos órgãos dos sentidos, olhos, ouvidos, pele, língua, nariz). É o sistema nervoso quem estabelece a coordenação e harmonização do funcionamento do corpo humano. Como ser psicológico, o homem possui uma mente ou espírito, aquilo que designamos de lado imaterial. O Homem psicológico é constituído pelo conjunto de fenómenos psíquicos que podem ser conhecidos estudando a avaliando o seu comportamento, a sua maneira de ser e estar. Estes fenómenos psíquicos subdividem – se em: processos psíquicos, estados psíquicos e qualidades psíquicas. São processos psíquicos, as sensações, as percepções, o pensamento e a linguagem, a imaginação, a memória; são estados psíquicos, a atenção e a vontade; são qualidades psíquicas, o temperamento e o carácter. Como ser social, o Homem possui , por exemplo, o instinto e desenvolve o hábito de viver em sociedade, isto é, na relação com os outros homens. E é na sociedade que o Homem se enquadra, onde existem os estatutos sociais, ou seja, as camadas sociais que o enquadram e definem o seu “status” social. Na sociedade o homem rege – se por normas de conduta social que representam a moral social. Esta prevê tudo o que o homem é admitido e obrigado a fazer e aquilo que lhe não é permitido e não deve fazer. Esta prevê as formas de conduta que o Homem deve ter em relação com os outros homens. Portanto, o Homem vive em comunidade. O Homem como ser cultural apresenta um modo próprio e característico de ser e estar que o diferencia dos outros homens. A cultura pode ser definida como “a totalidade do modo de vida de um povo ou comunidade”. E mais ainda pode se dizer que a cultura “ … é um conjunto complexo de maneiras de ser, estar, comportar – se e relacionar – se, desde o nascimento até à morte, passando pelos rituais que marcam os principais momentos do processo de integração social e de socialização”. Em última instância, podemos dizer que o Homem é a integração harmoniosa dos seus lados biológico, psicológico, social e cultural.
O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta dos Animais O Homem como ser biológico é portador de uma série de características que o diferenciam dos outros animais. Por outro lado, todo um conjunto de características que identificam um animal, tornam – no diferente dos outros animais. Daí que, na evolução das espécies, encontramos os animais invertebrados e os vertebrados, e nos vertebrados podemos falar dos peixes (como a primeira espécie vertebrada), batráquios, répteis, aves e mamíferos. E, por exemplo, nos mamíferos temos muita ordens, como os carnívoros, herbívoros, omnívoros e vemos diferentes espécies de animais. Este animais apresentam diferentes formas de relacionamento com a realidade objectiva. Mais ainda, as diferentes formas biológicas que eles apresentam, representam a sua bagagem hereditária, isto é, as potencialidades da espécie herdadas dos seus ancestrais e/ou dos seus progenitores, que se manifestam no tipo de corpo, tipo de músculos, tipo de dentes, tipo de alimentação, tipo de reprodução, etc. Estas potencialidades existem no animal desde a sua formação e lhe são transmitidas através dos cromossomas. No Homem, por exemplo, existem 22 pares de cromossomas autossómicos e um par de cromossomas diferentes. Os cromossomas autossómicos são responsáveis pelas diferentes características que ele apresenta (altura, peso, cor dos olhos, da pele, tipo de cabelo, cor do cabelo, tipo de unhas, dedos, etc) e o 23º par que determina o sexo apresenta, na mulher dois cromossomas iguais (XX) e no homem dois cromossomas diferentes (XY). Estas potencialidades hereditárias vão se manifestando pelo desdobramento no processo de maturação fisiológica e é importante o papel que o meio exerce sobre o indivíduo, facilitando ou dificultando esse processo. Portanto, não bastam as características hereditárias no indivíduo (que também são muito importantes); é preciso combiná –las com a influência do meio ambiente nas suas vertentes física, psicológica, social e cultural. Todos estes elementos vão manifestar – se na forma de conduta dos animais, diferenciando – os uns dos outros e atribuindo ao ser um comportamento diferente que no Homem é superior em relação aos outros animais. Isto por que filogeneticamente o Homem: possui uma postura erecta (que lhe permite alargar o seu horizonte visual); libertou os membros anteriores/superiores da marcha e adaptou – os para a preensão; tem o dedo polegar oponível aos outros dedos das mãos o que facilita a motricidade fina; desenvolveu um sistema de signos/sinais para a comunicação que lhe permitiu uma maior capacidade de abstracção; é capaz de transformar a natureza pelo seu trabalho, movido pela curiosidade e ânsia de saber.
Desenvolvimento Psicofisiológico do Sistema Nervoso
A evolução do controlo central Os primeiros centros nervosos que surgiram nos animais foram os gânglios. A acumulação e a proximidade de muitos gânglios tornaram – nos centros de controlo local que integravam mensagens de várias células receptoras e coordenavam a actividade de numerosas fibras musculares. A evolução progressiva do Sistema Nervoso permitiu o aparecimento de uma federação dos gânglios, inicialmente de forma desorganizada e, mais tarde, de forma consolidada e centralizada, com uma diferenciação de funções o que determinou a melhor qualidade da sua organização, passando, assim, alguns gânglios dominantes a dominar e controlar os outros gânglios. E, por sinal, os gânglios dominantes apareciam situados na cabeça. A proeminência dos gânglios dominantes na cabeça está relacionada com o facto de, na cabeça se encontrarem os principais receptores. Por outro lado, o processamento de informações tornava – se cada vez mais complexo e isto determinou mudanças na estrutura e funções desta federação, fazendo aparecer o cérebro (como centro nervoso). O Sistema Nervoso (SN) Tomado como um todo, o Sistema Nervoso é constituído por uma admirável cadeia de fibras que se fundem gradualmente. A sua estrutura é constituída por: Sistema Nervoso Central ; Sistema Nervoso Periférico. O Sistema Nervoso Central (SNC) é constituído pelos centros nervosos que são: o encéfalo que se divide em: cérebro, cerebelo e bolbo raquidiano e a medula espinal. O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é constituído pelos nervos que se dividem: nervos aferentes que possuem na sua parte inicial os receptores (terminações dos nervos aferentes); e nervos eferentes. Os nervos aferentes levam os estímulos dos receptores para os centros nervosos e os nervos eferentes conduzem as reacções dos centros nervosos para a periferia. Outras classificações permitem subdividir o SNP de acordo com as suas funções em: Sistema Nervoso Somático (SNS) – que responde pelo controle da musculatura esquelética e pela transmissão da informação dos órgãos sensoriais; Sistema Nervoso Autónomo (SNA) – que controla as diversas estruturas viscerais, responsáveis pelos processos vitais básicos como o coração, os vasos sanguíneos, o aparelho digestivo, o aparelho urinário, os órgãos genitais, etc. O cérebro está dividido em 3 regiões ou partes principais que são: o cérebro anterior, o cérebro médio e o cérebro posterior (e este abrange o bolbo raquidiano que liga o encéfalo à medula espinal por uma ponte chamada “nó vital”. O cérebro posterior é constituído por: o bolbo raquidiano que controla algumas funções vitais do corpo tais como, o ritmo cardíaco, a circulação sanguínea e a respiração; e o cerebelo (que é uma estrutura pregueada) controla o equilíbrio do corpo e a coordenação muscular. Este funciona como um computador especializado e possui mais ou menos 30 biliões de neurónios. Este computador, formado por neurónios, integra uma grande quantidade de informações dos músculos, das articulações, tendões do corpo, etc, que são necessários à marcha, aos movimentos automáticos e hábeis dos pianistas, dos atletas e dançarinos. O cérebro médio é constituído por uma formação reticular que tem uma estrutura bastante difusa que se estende por todo o tronco cerebral que va do cérebro posterior (bolbo raquidiano) ao cérebro anterior (tálamo). Tem como função criar a excitação activa das outras partes do cérebro em especial dos hemisférios cerebrais. O cérebro anterior é constituído pelos tálamo e hipotálamo que representam a parte superior do tronco cerebral. O tálamo percebe os estímulos/impulsos nervosos para os transmitir aos hemisférios cerebrais na zona do córtex cerebral. O hipotálamo está implicado no controle dos padrões de comportamento desencadeados pelas necessidades biológicas básicas (ex: comer, beber, dormir, manter a temperatura do corpo, a actividade sexual, etc). Também encontramos no cérebro anterior os hemisférios cerebrais, considerados o topo do Homem (responsáveis pelo pensamento). Os hemisférios cerebrais são constituídos por lobos e cada um possui: um lobo frontal, um lobo parietal, um lobo temporal e um lobo occipital. A camada externa de cada hemisfério cerebral chama – se córtex cerebral (é considerada como sendo o ponto mais elevado da integração neuronal. Este apresenta uma espessura de, cerca de 3mmm apenas. O córtex cerebral desempenha um papel decisivo nos chamados processos mentais superiores (pensamento, memória, acção voluntária e acção planeada). O córtex cerebral emergiu, mais tardiamente, no decurso da evolução do SNC. Assim: os peixes não têm córtex cerebral; os batráquios estão na transição; os répteis e as aves têm apenas as primícias do córtex cerebral; e os mamíferos têm córtex cerebral que se manifesta mais desenvolvido nos primatas. Junto aos hemisférios cerebrais encontra – se o sistema límbico (que é equipara ao córtex primitivo) e que controla as actividades emocionais e a motivação. Entre os hemisférios cerebrais encontra – se o corpo caloso que liga os 2 hemisférios e que tem um papel importante na integração das funções dos 2 hemisférios. O Funcionamento Hierárquico do Sistema Nervoso
Existe uma hierarquização no funcionamento do Sistema Nervoso, em que os centros nervosos superiores controlam ou comandam os centros nervosos inferiores e, estes, por sua vez, comandam outros abaixo deles e assim sucessivamente. Assim, cortando a cabeça de um animal na região do cérebro posterior, separando o bolbo raquidiano e a medula espinal do resto dos cérebros, o animal pode realizar movimentos dos membros e do tronco (para se manter de pé, curvar – se ou andar) que se resumem (se não criarmos condições para tal) em contracções reflexas e desorganizadas, quando estimulados. Portanto, pode mover – se mas não pode agir. Caso o corte (seccionamento) seja feito acima do cérebro médio, o animal consegue manter – se de pé sem auxílio, consegue andar, sacudir – se, mastigar, engolir e ronronar. Significa que é o cérebro médio ou mesencéfalo que coordena estas propriedades. Se seccionarmos na zona do sistema límbico e lhe faltar o córtex cerebral o animal é capaz de coordenar os movimentos, alimentar – se, reagir às mudanças de temperatura, reagir a ataques, etc, agindo como um animal normal. O cérebro anterior com o córtex cerebral (parte externa dos hemisférios cerebrais9 permite – nos ser inteligentes. São funções do córtex cerebral, a coordenação de: áreas de projecção (sensorial e motora) – que são semelhantes a estações receptoras de informações sensoriais ou centros de transmissão de ordens motoras; áreas de associação (estabelecem ligação entre acontecimentos originados em zonas de projecção) e com implicação nos processos mentais superiores como o planeamento, memória, pensamento e fala. Também as áreas de associação têm funções de desenvolvimento da praxia (=capacidade de agir) e gnosia (capacidade de compreensão). A perturbação da organização da acção designa – se por apraxia. A agnosia é a desorganização dos diferentes aspectos do mundo sensorial. A agnosia também afecta a produção e compreensão da linguagem (cujo distúrbio se chama de afasia). A estimulação selectiva dos hemisférios cerebrais faz com que cada um tenha funções específicas. Assim, o hemisfério esquerdo é o centro da linguagem, da coordenação da mão direita para a escrita. Responde e coordena o lado direito do corpo, centra – se na organização do tempo e a destreza motora. E o hemisfério direito responde e coordena o lado esquerdo do organismo e centra – se na organização do espaço. É do funcionamento normal do Sistema Nervoso (na sua totalidade) que o mundo espiritual existe e interpreta a realidade objectiva. O Desenvolvimento da Psique e do comportamento O nível do desenvolvimento da psique manifesta-se pela forma como o indivíduo/ser se relaciona com a realidade objectiva. Assim as relações reflexas limitadas entre a recepção e a reacção vitais no animal fazem com que o comportamento se adapte e se aperfeiçoe cada vez mais, por um lado e, por outro, leva ao estabelecimento de diferenças cada vez mais subtis e a uma análise mais perfeita das particularidades do ambiente. Portanto, nem todos os organismos reagem totalmente a todos os estímulos a que são submetidos. Assim podemos identificar os principais graus de desenvolvimento do comportamento e da psique: Os instintos que representam o nível elementar do desenvolvimento da psique;. O comportamento habitual (=hábito) que representa o nível intermediário/transitório do desenvolvimento da psique. O comportamento racional que representa o nível mais alto do desenvolvimento da psique. Os instintos são comportamentos caracterizados como formas biológicas de existência e que se desenvolveu no processo de adaptação do ser ao seu meio ambiente. Os instintos no homem partem das necessidades inconscientes, biológicas e de actuação cega. Mas nos animais os instintos são actos estereotipados e manifestam-se rígidos e sempre da mesma forma nos indivíduos da mesma espécie, nos seus pontos essenciais. Ex: a rã que nasce como um girino instintiva se adapta à agua e nada. O pinto que nasce começa a debicar o grão isto é por instinto, porque hereditariamente eles são portadores destas características. E não precisam de aprendizagem. As acções instintivas caracterizam-se frequentemente por uma grande utilidade, isto é, uma adaptação, uma adequação a determinadas situações vitais para o organismo. Os mecanismos dos actos instintivos são os reflexos incondicionados. Assim o comportamento caracteriza-se: Pela forma específica da sua motivação que é orgânica ; e Pelos mecanismos específicos da sua execução que é mecânica ou automática. Nos seres vivos os instintos encontram-se em diferentes graus diferenciados pelas suas formas de manifestação comportamental que é o produto das particularidades da recepção de estímulos e reacção que se cria como resposta do estímulo, e do grau de esquematização e estereotipização da acção instintiva. Assim encontramos: os instintos específicos nos invertebrados e nos artrópodes. Estes são diferentes nos vertebrados. Ora que tipo de sistema nervoso apresentam os animais em cada etapa de estruturação; o hábito é identificado por formas de comportamento individual/se variáveis estas não conduzem ao aperfeiçoamento os hábitos produzem por aprendizagem e funcionam automaticamente e acredita-se que o hábito se desenvolveu a partir dos instintos mas diferencia-se deste pela maneira o animal percebe a realidade objectiva. A diferença de carácter e de nível do hábito depende: Do processo como se percebe a situação em que o hábito se formou, ou seja da recepção mais ou menos generalizada e diferenciado; e Da organização da mesma acção fixação e esquematização. O hábito é produto de repetições sucessivas que permite a criação de esquemas mentais mais ou menos fixos. Por outro lado, existem 2 tipos de hábitos: Os hábitos automatizados designados por automatismo primários; e Os automatismos secundários – que são produzidos de repetições sucessivas e programadas com base consciente do homem, e intencional. O mecanismo dos hábitos automáticos secundários é formado não só a base nos reflexos condicionados mas também depende de outros mecanismos de carácter intelectual (que pressupõe relações racionais mais ou menos generalizadas). E estas só encontramos na homem porque são de natureza qualitativa. O comportamento intelectual ou racional possui a faculdade de distinguir os objectos numa situação reagindo perante as suas relações. Por outro lado o intelectual tem a capacidade para apreciar as características de uma situação nas suas ligações e relações essenciais, para operar e ajustar o seu comportamento. Isto é devido ao facto de o homem ter passado pelo processo de evolução filogenética ao: libertar as mãos e usá-las para outros fins, adquirindo a posição erecta; desenvolvimento do sentido visual por causa dessa posição erecta; especializar a função das mãos, pelo facto de ter o polegar oponível aos outros dedos e desenvolver a perfeição; ao desenvolver uma linguagem de símbolos que lhe permite comunicar as ideias e relacionar-se com os outros, etc. Portanto a forma de operar determina:
Em grande medida a forma de percepção da realidade objectiva. Historicamente o intelecto humano é produto do trabalho e desenvolveu-se dentro do processo da penetração na realidade (através da curiosidade e de ânsia de saber). Desenvolvimento do Comportamento e da Psique nos Animais
A célula é a unidade ínfima da matéria viva; por isso possui membrana celular (limita a células), protoplasma (massa celular) e núcleo. Esta célula reage aos estímulos que vêm do meio ambiente. Estas estímulos podem ser mecânicos, térmicos, ópticos, químicos eléctricos, etc. Contudo o mesmo estímulo pode provocar reacções diferentes em organismos diferentes (que podem ser positivos ou negativos). Tanto as plantas como os animais são organismos vivos e são constituídos, na sua estrutura, por células que especializaram-se dando origem a tecidos, estes por sua vez também se especializaram dando origem a órgãos e estes também deram origem a aparelhos, etc. Um dos aparelhos formados é o Sistema Nervoso que serve para a transmissão sensorial e para a integra de actividade do organismo. Tipo de Sistema Nervoso Sistema Nervoso difuso Sistema Nervoso de escada de corda (formado por nódulos ligados uns ao outros em cima e em baixo) Sistema Nervoso centralizado (onde se diferencia a cefalização e hierarquização de funções) Sistema Nervoso centralizado e nitidez do sistema nervoso periférico (existe um núcleo cerebral) Sistema Nervoso Centralizado e desenvolvimento de gânglios centrais (desenvolvimento do córtex cerebral) e melhor estruturação e hierarquização. Sistema Nervoso Centralizado com centros nervosos bem distintos. Há corticalização das funções cerebrais. Tipos de reacção Reacção indistinta e que abrange todo corpo (alforreca) (irritabilidade) Reacção reflexa (instintos) (minhoca/vermes (gânglios sem 1 centro). Reacção/manifestação de comportamentos mais complicados (hábito) (mosca/insectos) Reacções mais complicadas e há coordenação entre centro nervoso (mais simples) e os nervos periféricos, peixe, répteis Reacções mais complexas – Aves. Reacção mais complexas animais (boi e outros) Homem com o cérebro mais complexos e funções cada vez mais diferenciadas A PERSONALIDADE E SUAS CARACTERÍSTICAS Conceito e características da Personalidade Personalidade é um conceito abstracto que muitos aspectos que caracterizam o que a pessoa é. Tais aspectos incluem emoções, motivações, pensamentos, experiências, percepções e acções. Portanto o Conceito de personalidade e multifacetado, abrangendo uma vasta gama de aspecto como a pessoa age em diferentes situações. Personalidade vem do Latim em que o termo “Persona” significa máscara usada para teatro nos antigos dramas gregos. Portantanto, a aparecia conotada à imagem social superficial que um indivíduo adoptava ao desempenhar um determinado papel numa peça de teatro. Portanto era um papel público que representava. Personalidade significa algo mais essencial e consistente sobre a pessoa. São características da Personalidade: Ter distintas qualidades que tornam uma pessoa diferente das outras. Estas podem aparecer como qualidades especiais ou combinação de qualidades que destinguem ou diferenciam as pessoas; Ser uma abstracção baseada nas inferências derivadas da observação comportamental; pessoa como uma espécie de estrutura/organização hipotética; Representar um processo envolvendo o sujeito uma propriedade de influências internas e externas incluindo propriedades genéticas e biológicas, experiência social e mudanças de circunstâncias ambientais; Representar aquelas características da pessoa que contam para os padrões de conduta consistente. Diferença entre temperamento, traços de carácter e carácter
Temperamento – Disposições inatas inscritas na estrutura nervosa e endócrina do organismo;
Traços de Carácter adquiridos – Componentes estáveis do comportamento aparente, adquiridas precocemente durante o desenvolvimento; Carácter – um feixe de disposições naturais que se actualizam-se especificam e se organizam entre si durante a vida segundo a idade, circunstâncias e meio Sócio- Cultural e acção sobre si. São factores fundamentais do carácter: a Emotividade, a Actividade e a Repercursão (primária ou secundária) (Activo/ não Activo). Componentes da teoria da Personalidade Estas dão atenção a 6 assuntos/aspectos distintos relacionados com o comportamento humano: Estrutura da Personalidade; Motivação; Desenvolvimento da personalidade; Psicopatologia; Saúde Psicológica; Mudança da personalidade por intervenção terapêutica. |